GASTRONOMIA VII
Estou na vez de apresentar o ecritor Bulhão Pato, poeta, ensaista e memoralista português.
Bulhão Pato, nascido em Bilbau, Espanha em 3 de Março de 1828 e falecido na Costa da Caparica, a sul do Rio Tejo, perto de Lisboa, a 24 de Agosto de 1912,
Fcou Celebre pela receita de ameijoas à Bulhâo Pato, que dizem ter sido ele que criou e pela primeira vez apresentou.
Como bom gastrónomo, confesso gostar imenso.
Porém aqui, mais uma vez apresento-o, na versão do Pintor Victor Ribeiro, em Edição do Restaurante Quinta dos Frades, para obsequiar os seus clientes com uma das suas receitas.
Daniel Costa
Querido amigo, que post maravilhoso, linda pintura, e a receita deve ser uma delícia. Tenha uma linda semana... Beijocas
ResponderEliminarDaniel
ResponderEliminarSempre que venho aqui fico por um bom tempo, lendo, conhecendo e me encantando. Parabéns pelo post, mais que isso um registro.
Bjs
Gosto tanto do teu espaço ....estava ansiosa por sua atualização. Gostei muito da pintura, admirei e admirei, rss
ResponderEliminarporém como gosto de usar sempre a sinceridade, a receita não me afeiçoou muito.
Lindo dia p/ vc!
Isso é uma receita deliciosa!Costuma ser acompanhada com umas "imperiais" e pão torrado. Já estou com água na boca.
ResponderEliminarUm abraço
Os meus parabéns pelo seu excelente trabalho.
ResponderEliminarTomo a liberdade de aqui deixar um texto sobre o nosso poeta versus as amêijoas.........
AMO-TE CAPARICA
13/7
BULHÃO PATO!
E, então.........as AMÊIJOAS??!
Escritor, homem de caçadas "de sala e de laboratório culinário....derradeiro sobrevivente do romantismo", como o descreve Alfredo Morais, in "O Cronista", n.º 21 de 27/4/1955, foi, Bulhão Pato, celebrado por Júlio Dantas com um elogio, proferido em 1913, na Academia das Ciências, que sobre ele disse: "Toma em Sèvres e oiro o caldo de galinha das sauteries do Farrobo" e entre preciosos manjares "na sua casa da Torre, servia aos c
onvidados a lebre caçada na véspera ou lebrão marinado em vinho".
A revista semanal "Ilustração Portuguesa", II série, n.º 30, 17 de Setembro, 1906, pp. 193-198, em artigo não assinado, dele refere "...depois da caça a sua paixão é a cozinha, uma cozinha toda de emoções e de colorau picante, uma cozinha declamatória e grandiosa, cortada de especiarias e drogas como um Colóquio de Garcia da Orta, e puxando a lágrima à força de pimentão como um sermão de frade "Lagosta"." Todo o bom português leu um dia a "Paquita", ou comeu, ao menos uma vez na vida, "Lebre à Bulhão Pato", receita que é descrita na revista, tal como uma de cada um dos escritores gastrónomos: Júlio César Machado, Luís d´Araújo, Ramalho Ortigão, Fialho de Almeida e o padre Raphael Bluteau.
Para além da "Lebre à Bulhão Pato", três outras receitas do poeta são descritas, desta vez, num opúsculo intitulado "Receitas para os gastrónomos requintados - inventadas e executadas por distintos artistas e escritores portugueses", editado pela Compendium em 1944, e transcritas das páginas 15 a 18, das receitas de Bulhão Pato, que Paulo Plantier recolhera, em 1870, na sua obra "O Cozinheiro dos Cozinheiros".
Albino Forjaz de Sampaio, na sua obra "Volúpia, a Nona Arte: a Gastronomia", publicada por Domingos Barreira editor, em 1940, escreve na pág. 51 "....Quando com o grande Ás da Gastronomia que é António Belo, eu ajudei a fundar a Sociedade Portuguesa de Gastronomia, pensei um segundo em criar, como nas academias eruditas, vinte e cinco fauteuils, poltronas à portuguesa, para gastrónomos nacionais e outras tantas para a gastronomia mundial, antiga, moderna ou exótica, poltronas que teriam o nome de escritores da especialidade, cultores da arte, grandes cozinheiros ou gastrónomos somente" e mais adiante "...pode consagrar-se a décima poltrona a Bulhão Pato, grande poeta e gastrónomo notável...". Os virtuais assentos eram vinte e cinco.
Diz-se, por vezes, que as "Amêijoas à Bulhão Pato" seriam um prato com que João da Mata (grande cozinheiro) teria pretendido homenagear o poeta. Azar dos azares! No seu livro "Arte de Cozinha", publicado pela Parceria António Maria Pereira em 1924 (6.ª edição), o mestre cozinheiro não faz qualquer referência às amêijoas mais o seu perfumado molhinho. Frequentes são as alusões feitas a Bulhão Pato, no âmbito da gastronomia, pelos seus contemporâneos. Referências às amêijoas (talvez o que ainda o mantém "vivo", já que a sua obra literária, essa levou-a o tempo) associando-as ao poeta - como refeiçoeiro - há, que eu conheça, uma: a de Alberto Bramão, seu amigo, que em "As Últimas Recordações", Lisboa, Oficina da Empresa Nacional de Publicidade, 1950, pp. 61-69, descreve assim a ementa habitual do autor do "Livro do Monte" no restaurante Estrela de Oiro, na Rua da Prata: "um grande prato de sopa de camarão, um prato de arroz com amêijoas e outro de peixe guisado; queijo, fruta e uma garrafa inteirinha de vinho de Torres".
Ah! Grande poeta, que bem te deverá ter sabido o arroz com amêijoas...............
Fernando Miguel
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