FASCÍNIO DAS EMÍLIAS
Um observador atento não pode deixar de
reparar a atracção do mulherengo Emílio, por nomes de mulheres Emílias.
Na verdade, o poderão parecer pequenos-nadas,
se bem vistos, podem ser marca de evolução de personalidade, como será o caso.
Vejamos:
- O Emílio teve como primeira mulher uma
Emília, que lhe deu um filho. Este separou-se desta, pondo-lhe a
mala com os seus haveres pessoais à porta, contado pelo protagonista.
Depois a trocou por outra Emília, esta bem
moderna ao que Rangel sabe.
Entretanto, tinha uma amante de nome Emília.
Sabendo-se que o nome de Emília não é
muito corriqueiro, assim como o de Emílio, podíamos dizer:
- Emílio e suas três Emílias!...
- Isto no campo sentimental.
Vamos porém, ao atelier Selecor, entre
as cinco trabalhadoras, contava-se também uma Emília.
A Emília amante, dava-se por Mila, para
os amigos.
A determinada, altura a Mila, deixou o
seu “pabe”, na Freguesia de Santa Catarina, Travessa da Condessa do Rio e
fundou um restaurante, em Campolide, Calçada dos Mestres, como o nome singular
de “Olho do Cuco”.
Emílio não se faria representar na
inauguração, então “destacou” Lisete e o Rangel, para o almoço de inauguração.
Estes foram mais como discreta
representação apenas..
Devemos analisar, o papel de segunda
mulher, Emília. Na verdade a Selecor, estaria bastante ao serviço e orientação
dela, inegavelmente, era de um requintado gosto estético.
Dai que, a determinada altura, o casal
tivesse mudado de casa, para um prédio novo, no Calhariz de Benfica.
Rangel teve ocasião de o observar
interiormente, assim como a modificação introduzida, de maravilhosa e estética:
- A sala de visitas, com as paredes alteradas,
o que consistia, em três paredes com novo acabamento de reboco saliente e
irregular. Mantendo o branco singularmente branco, fosforescente.
Parecia traço de arquitecto, mas não
tudo obedecia ao gosto estético da dona de casa.
Dona de casa, a Dona Emília, já então
mãe de um rapagão, a tratar também do outro filho o marido, do Emílio com a
primeira mulher, como já se sabe, também Emília.
Observando o quadro de Dona Emília, uma
mulher, acima de tudo bastante elegante, vestida de banco calção curto, e uma
blusa em tom de azul, ficaria romanticamente fascinado.
Aconteceu o caso, isto sem perder o
respeito devido às pessoas, o que pareceu ter sido apreciado por Dona Emília.
De resto, Rangel continuou e merecer a
consideração do casal, nos vários encontros em conjunto.
Daniel Costa
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